Achocolátra

Eis que nas crises sempre surgem boas ideias, esse é o caso de Sandra Souza. Casada, mãe de dois filhos, ela era bancária. Moradora da zona leste, diariamente, ela saia do bairro de São Miguel para trabalhar no Centro Empresarial de São Paulo, localizado no extremo da zona sul. “Em média, levava quatro horas ir e mais quatro horas para voltar. Perdia 8h por dia, dentro do transporte público”.

Mesmo assim, a vida seguia e não desanimava. Na época, a empresa que ela trabalhava passava por dificuldade e Sandra foi desligada. “Isso aconteceu em 2007. Fiquei muito preocupada”, comenta. Alguns dias depois, passando pelo centro de São Miguel Paulista, Sandra descobriu um curso grátis para aprender fazer casinhas de pão de mel. “Sempre gostei da área alimentícia e tinha muito habilidade”, diz. O objetivo era apenas aprender algo diferente e deixar o filho feliz.

Ele levou o doce para a festinha da escola. Outras mães viram e passaram a fazer encomendas. “A partir daí, comecei a fazer salgados também”, comenta. Assim nascia a microempresa AChocolátra. “O negócio começou como algo muito caseiro, eu pensava em voltar para o mercado de trabalho”.

A microempresa cresceu. Sandra produzia cerca de 3mil unidades de doces e salgados, mas tinha potencial para mais. Foi quando descobriu, dentro da subprefeitura de São Miguel, o Fundo Zona Leste Sustentável. “Resolvi escrever meu projeto. Tive a sorte de ser contemplada em 2010 e a vida mudou. Comecei a fazer o curso de formação do Sebrae-SP e o negócio foi engatinhando”.

Com o aporte financeiro, ela parou de utilizar a cozinha da minha mãe, alugou uma casa em São Miguel e comprou equipamentos. “Montei uma cozinha industrial. Nascia ai minha mini-fábrica. Em 2012, participei de uma festa na Vila Madalena e consegui atender aproximadamente 20 mil pessoas”, conclui.