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Zona Leste Sustenta apresenta edital para comunidade

Na última quarta (29/09), a Comunidade Zona Leste Sustenta apresentou sua proposta de ação e o lançamento de um inédito fundo para centenas de pessoas. O encontro na sede da Subprefeitura de São Miguel Paulista, na região leste da capital, reuniu empreendedores locais, moradores e lideranças comunitárias. A iniciativa foi recebida com entusiasmo pelos participantes do evento.
 
As ideias da Comunidade Zona Leste Sustenta foram expostas pelos parceiros envolvidos nesta ação conjunta em prol do desenvolvimento sustentável desta região da cidade. Milton Persoli, subprefeito de São Miguel Paulista, fez a abertura dos trabalhos da mesa. Ele elogiou o papel da Fundação Tide Setubal para constituição da Comunidade, que nasceu como iniciativa da instituição e foi ganhando pouco a pouco outros parceiros. Em seguida, o subprefeito destacou que o Fundo ZL Sustentável será fundamental para a qualificação dos empreendedores locais.
 
Já Maria Alice Setubal, presidente do Conselho da Fundação Tide Setubal, focou sua fala na importância da articulação da comunidade para o desenvolvimento, enfatizando que as ações conjuntas entre diferentes setores e o envolvimento da própria comunidade são peças-chaves para se encontrar caminhos que levem a melhora da qualidade de vida.
 
 Após uma visão geral sobre a Comunidade Zona Leste Sustenta, Renato Padovese, pró-reitor de extensão e assuntos comunitários da Unicsul (Universidade Cruzeiro do Sul), explicou a gestão do Fundo Zona Leste Sustentável, que será realizada por meio de dois comitês. O Programático define as regras e coordena o processo de seleção dos projetos a serem financiados enquanto o Financeiro, sob responsabilidade da FUNDEP, administra e presta contas sobre a aplicação de seus recursos.
 
Outra parte da exposição foi realizada por Ricardo Tortorella, diretor superintendente do SEBRAE-SP, que relatou sobre as oportunidades de desenvolvimento via pequenos negócios. Além de ser membro do comitê programático, o Sebrae oferecerá capacitações para os empreendimentos aprovados pelo edital, contribuindo assim para que possam melhorar sua gestão e conheçam ferramentas de logística e marketing, por exemplo.
           
O momento final da apresentação foi dedicado para o detalhamento do edital do Fundo Zona Leste Sustentável. Gabriel Ligabue, consultor da Fundação e responsável pelo desenho do Fundo, comentou sobre as modalidades de projetos a serem financiados, os critérios de seleção e os prazos para submissão de projetos.
 
Impressões dos Empreendedores

Em julho, como fase preparatória para o lançamento do Fundo ZL Sustentável, a Fundação Tide Setubal, em parceira com Unicsul e Sebrae, realizou um encontro de sensibilização para 35 empreendedores locais. Eles também foram convidados para o evento de lançamento da iniciativa na sede da Subprefeitura de São Miguel Paulista.
 Para Maria das Neves Gama, que tem uma pequena confecção de lingerie em casa, a iniciativa do Fundo é bastante louvável, pois dará chances para que pessoas, como ela, com empreendimentos em casa e informais, possam se legalizar e conseguir ganhar competitividade. Hoje ela produz as peças, de maneira quase artesanal, em um espaço da própria residência e vende os lingeries para amigas, em salões de beleza, porta de escola e outras locais. Por falta de nota fiscal, não consegue vender para lojas. “Se tiver acesso aos recursos do Fundo, também posso comprar maquinário”.
 
Além de empreendedores individuais, poderão se inscrever no edital cooperativas. A Caminho Certo, do segmento de reciclagem de resíduos sólidos, pretende enviar um projeto ao Fundo. Estruturada em 2005, realiza a coleta e separação de materiais de reciclagem. Em 2009, houve um incêndio no Galpão que ocasionou a perda da prensa e do estoque do material acumulado. Segundo Wandairis Lopes dos Santos, uma das cooperadas, com o financiamento do ZL Sustentável poderia reerguer o negócio, com compra de equipamentos. “Também desejamos mais capacitação para melhorar nossa gestão”, disse.
 
Confira outras impressões sobre o edital:

 
“O Fundo é muito bem-vindo. Com certeza, ajudará muitos empreendedores, como nós. A Coopersol já está preparando seu projeto. Queremos acessar os recursos para ter capital de giro, comprar ferramentas e materiais para produzir os aquecedores solares de baixo-custo. Além disso, todo esse processo de preparação ao lançamento foi válido por conhecermos outros empreendedores e tentar fazer novas parcerias”.
 
Ulisses Tobias, membro do conselho fiscal da Coopersoll, situada no Itaim Paulista
 
“Precisamos buscar as oportunidades. O Fundo é uma delas. No meu projeto, pretendo pedir recursos para compra de maquinário que faça aumentar minha produção de pão de mel. Com equipamento, posso fazer 4 mil por hora. Hoje preciso recusar pedidos por falta de condições para dar conta dessa produção. Não é fácil sair da cozinha de sua casa para ter uma estrutura de empresa”
Sandra Ferreira Sousa, proprietária da AChocólatra, localizada no Jd. Helena
 
 
 

Comunidade Zona Leste Sustenta lança fundo para alavancar empreendimentos que favoreçam o desenvolvi

Iniciativa financiará projetos de até R$ 50 mil e apoiará tecnicamente os selecionados. O objetivo é fomentar iniciativas na região leste da cidade de São Paulo, gerando crescimento, empregos e renda. Inscrições vão de 1°/10 a 1°/11.
Em 29 de setembro, quarta-feira, às 10 horas, acontecerá na sede da Subprefeitura de São Miguel Paulista o lançamento de um inédito fundo de investimento, voltado a projetos empreendedores na Zona Leste da capital, abrangendo os bairros de Ermelino Matarazzo, Itaim Paulista e São Miguel. Na solenidade, será apresentada publicamente a Comunidade Zona Leste Sustenta — que constituiu o chamado Fundo ZL Sustenta —, parceria entre Fundação Tide Setubal, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Subprefeitura de São Miguel Paulista e Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul).

A Comunidade ZL Sustenta nasceu para promover ações que contribuam para o desenvolvimento sustentável daquela região da cidade. O Fundo é seu primeiro movimento, criado exatamente para captar e investir recursos em projetos que possam gerar opções de trabalho e renda socialmente mais justas e ambientalmente sustentáveis nos três bairros. A seleção de projetos ocorrerá por meio de editais. O primeiro deles começa a receber inscrições a partir de 1° de outubro.

Os recursos iniciais (um total de R$ 400 mil) serão destinados como fundo perdido e paralelamente os projetos receberão apoio técnico. “O Fundo é voltado preferencialmente para empreendimentos com dificuldades em obter empréstimo em banco ou para quem que não tem acesso a crédito formal”, informa Paula Galeano, coordenadora geral da Fundação Tide Setubal. Maria Alice Setubal, presidente da instituição, explica: "A comunidade Zona Leste Sustenta vai ao encontro dos princípios de atuação da Fundação, que vê nas ações conjuntas e no investimento na própria comunidade caminhos para o desenvolvimento local".

No projeto apresentado, os candidatos devem oferecer contrapartidas econômicas e não econômicas, que serão avaliadas por especialistas no processo de seleção. No caso das econômicas, é preciso apresentar recursos de, no mínimo, 30% (trinta por cento) do valor total do projeto e não é necessário ser em dinheiro. Por exemplo: se o projeto está orçado em R$ 20 mil, o proponente pode listar equipamentos que já possui ou até suas horas de trabalho a serem empenhadas. A contrapartida não econômica inclui mão-de-obra de moradores e utilização de fornecedores locais.

Gabriel Ligabue, consultor da Fundação e responsável por desenhar os detalhes do funcionamento do Fundo, enfatiza que a idéia é dar sustentabilidade ao empreendimento, integrando-o na economia formal e local. “Mapeamos carências concretas da região para levar negócios adiante e passaremos a investir no potencial de atividades produtivas, buscando propostas de referência para comunidade”, conta. Micros e pequenos empreendedores do setor de produção de bens e/ou serviços poderão submeter seus projetos ao edital até o valor máximo de R$ 50 mil.

Ainda segundo o consultor, o tempo de duração pode ser variável: “uma pessoa que encontrou um ‘mapa da mina’ pode estimar que em 6 meses obterá o resultado pretendido para o aporte que será feito; outro concorrente pode prever que investirá o dinheiro solicitado ao longo de três anos”, diz Gabriel. De qualquer forma, todos os escolhidos serão sempre acompanhados e avaliados periodicamente.

Inscrições abertas
No primeiro momento, o Fundo ZL Sustenta financiará duas modalidades de projetos: os que estimulem as cadeias produtivas locais, e os que promovam sustentabilidade ambiental. Em outras palavras, significa que serão priorizadas as propostas que favoreçam a cooperação entre os empreendedores da região (ao usarem insumos similares ou comprarem de fornecedores da Zona Leste, por exemplo). Ao mesmo tempo, tem mais chances as iniciativas que economizem matéria-prima na produção, inovem na utilização de energia ou, de alguma forma, colaborem com a reutilização de materiais.

O financiamento contemplará desde cooperativas e microempresas até empreendimentos informais, além de propostas de organizações sociais que atuem com foco em geração de trabalho e renda. Cada candidato pode concorrer com apenas um projeto. As propostas deverão ser preenchidas no site do Fundo, www.zlsustenta.org.br. O prazo de submissão vai até 1° de novembro. A lista de contemplados sairá em 30 de novembro.

Diferenciais do Fundo
De acordo com Gabriel Ligabue, como o objetivo é desenvolver o território, os critérios de seleção vão além de itens econômicos. “Eles abrangem outros temas, como participação de mulheres e inclusão de jovens”, ressalta. Outro aspecto relevante diz respeito ao potencial de replicabilidade de conhecimentos, métodos e tecnologias.

Será considerada a capacidade de se associar com outras unidades de produção do território, colaborando com a construção de um arranjo produtivo local. Eis aí o principal diferencial do ZL Sustenta: a característica territorial (e não temática). “Ele também prevê gestão local participativa”, destaca Gabriel. “No comitê gestor, há lideranças comunitárias que participarão da definição dos critérios de como o dinheiro deve ser aplicado.”

Outro destaque é a possibilidade de receber investimentos da iniciativa privada, do poder público e da própria comunidade. O Fundo está aberto a apoiadores de todos os tipos: doações de empresas, pessoas físicas, micro empresários etc., para que suas atividades ganhem continuidade ao longo do tempo. “O ZL Sustenta será tão mais forte e comunitário quanto mais gente o apoiar, não importando a quantia aplicada”, conclui o consultor. É possível que empresas contribuam se comprometendo em adquirir regularmente produtos e serviços dos projetos. Outra maneira de colaborar é uma pessoa física ou organização doar seu tempo para ofertar consultoria ou assessoria técnica aos empreendedores.

Parceiros capacitadores
O Fundo já tem uma frente de treinamento e capacitação para os selecionados. Unicsul e Sebrae, são os principais responsáveis pelo apoio técnico. “Vamos acertar a nossa grade de atividades para os empreendedores financiados pelo Fundo, oferecendo diversas ferramentas de gestão”, comenta Ricardo Tortorella, superintendente do Sebrae.

A Unicsul atuará, principalmente, por meio de sua empresa júnior. “Temos procurado outros caminhos que vão agregar à iniciativa da Comunidade ZL Sustenta, como constituir um observatório de indicadores socioeconômicos e o projeto de uma incubadora de empresas na Universidade”, explica Renato Padovese, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da universidade.

Como fase preparatória para o lançamento da iniciativa, a Fundação Tide Setubal, que também deu o aporte inicial, mapeou as atividades produtivas locais a partir de dados das subprefeituras. Em seguida, os empreendedores tiveram de responder um questionário, que tinha como objetivo verificar em qual estágio se encontravam suas iniciativas e qual seria a assessoria necessária para desenvolvê-las. “Dessa maneira, foi possível identificar as carências, criando um edital que considera as características da comunidade”, explica Gabriel Ligabue. Outro passo foi a realização, em parceria com Unicsul e Sebrae, de encontros de sensibilização com empreendedores locais para apresentar essa nova proposta para região. Com o lançamento do edital, haverá formações para elaboração de projetos.

A gestão do Fundo ocorrerá por meio de dois comitês: o financeiro e o programático. O primeiro está sob a responsabilidade da Fundep, órgão ligado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O comitê programático é composto por lideranças dos bairros abrangidos e representantes das seguintes instituições: Associação Comercial da Zona Leste, Fórum de Desenvolvimento Econômico da Zona Leste, Fundação Tide Setubal, Instituto Ethos, Sebrae, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho de São Paulo, Subprefeitura de São Miguel, Unicsul e USP Leste.

Encontro com empreendedor visa fortalecer atividade produtiva na ZL

A Fundação Tide Setubal, em parceria com a Unicsul e com o Sebrae/SP, promoveu no mês de julho quatro encontros de sensibilização para empreendedores que atuam nos distritos de São Miguel Paulista, Ermelino Matarazzo e Itaim Paulista, na zona leste da capital. Os encontros têm o objetivo de incentivar e fortalecer as atividades produtivas locais e se inserem no Fundo Comunitário São Miguel, a ser lançado pela Fundação ainda no segundo semestre de 2010. O Fundo financiará atividades produtivas capazes de gerar opções de trabalho e renda socialmente mais justas e ambientalmente sustentáveis nessa região.
Marcando a fase preparatória do lançamento do Fundo, cada encontro de sensibilização procurou apresentar a proposta a cerca de 35 empreendedores diferentes e dar subsídios para que eles possam se candidatar ao edital do Fundo. “A intenção nesta primeira ação foi oferecer ferramentas para que procurem aprimorar seus negócios, sensibilizando-os, por exemplo, para a importância da elaboração de um projeto e de um plano de negócios”, explica Paula Galeano, coordenadora geral da Fundação Tide Setubal.

Os encontros também permitiram aos organizadores do Fundo identificar as necessidades e potencialidades dos grupos produtivos que poderão concorrer ao edital. Um dos desafios é a formalização. “Assim, podemos elaborar um instrumento no edital que seja capaz de suprir as deficiências das iniciativas, levando em consideração as características da comunidade”, explicou Gabriel Ligabue, consultor da Fundação, responsável por desenhar os detalhes de funcionamento do Fundo.

Troca de conhecimentos
Para a realização deste trabalho, foram mapeadas previamente as atividades produtivas locais a partir de dados das subprefeituras. Em seguida, os empreendedores receberam uma visita e responderam a um questionário. “Ao aplicar a pesquisa, nosso intuito foi verificar em qual estágio está a iniciativa produtiva e qual assessoria é necessária para desenvolvê-la”, relata Simone Ciraque, consultora do projeto. Daí surgiu o convite para os encontros.

A fim de promover mais interação entre os empreendedores, as reuniões, que aconteceram na Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul), no campus São Miguel, foram divididas por segmento. No dia 5, o encontro foi destinado aos empreendedores da área de moda. O dia 7 ficou reservado ao segmento de cultura, arte e artesanato. No dia 29, o foco foi o segmento meio ambiente, que incluiu cooperativas de reciclagem. O setor de culinária se reuniu no dia 30.

Na primeira parte do encontro, os empreendedores foram incentivados a apresentar seus produtos para se conhecerem melhor. A intenção era que os participantes se identificassem e se reconhecessem, podendo trocar experiências sobre seus negócios e, futuramente, formalizar parcerias. “Percebi que as dificuldades são as mesmas. Precisamos realizar mais reuniões para nos aproximar e ver como um pode ajudar o outro”, ressaltou Robson Oliveira de Moraes, 26 anos, sócio da Café-com-leite, confecção de malharia da Vila Curuçá Velha. Enquanto aguarda o novo encontro, ele planeja conhecer de perto outros empreendimentos. “Estou com o cartão de uma estilista. Pretendo visitá-la para conversamos mais”.

Mirian, que tem uma confecção de fantasias, peças pós-cirúrgicas e costura em geral, disse que gostou bastante e percebeu que existe uma real proposta de ajudar os interessados. “Era disso que eu estava precisando. Foi tudo muito organizado, e eu me senti de fato como participante. Cheguei em casa impressionada e compartilhei com meu esposo.”

Orientação aos empreendedores
Além do estímulo para que os empreendedores se fortaleçam conjuntamente, os encontros contaram com a presença de gerentes do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), parceiro do Fundo. Eles explicaram sobre procedimentos para uma gestão bem-sucedida do negócio, deram orientações específicas para o segmento e expuseram os serviços oferecidos pela entidade. “Procuramos enfatizar sobre a necessidade de um plano de negócios e de estabelecer metas, as quais são fundamentais para o empreendimento crescer”, afirmou Joaquim Xavier Filho, gerente regional do Sebrae capital Leste 1.

Na terceira e última parte, foi apresentada a proposta do Fundo Comunitário São Miguel, destacando que os empreendedores poderão se beneficiar desta iniciativa desde que cumpram os requisitos do edital. A missão do Fundo será impulsionar as atividades produtivas locais, por meio de repasse de aportes financeiros de forma monitorada e de programas de qualificação e capacitação.

Foco territorial e participação
Um dos pontos positivos deste Fundo, com foco territorial, é a possibilidade de receber investimentos da iniciativa privada, do poder público e da própria comunidade. Além disso, prevê a participação de representantes da comunidade local em suas instâncias de gestão. O Fundo será gerido por meio de dois comitês, o financeiro e o programático. O comitê programático, composto por lideranças locais, representantes dos investidores e técnicos especialistas coordenará o processo de seleção de projetos, que deverá ocorrer anualmente, por meio de editais.

A gestão financeira dos recursos ficará sob a responsabilidade da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), entidade ligada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Outros parceiros são a Unicsul e o Sebrae, que cuidarão do apoio tecnológico dos projetos, oferecendo formação e monitoramento aos grupos selecionados nos editais.

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