Em 2007, algumas áreas do Jardim Pantanal, passavam por um processo de desocupação. O bairro precisava ser reurbanizado por conta das enchentes. Uma das áreas era a do CDHU. “Na época, havia muita gente desempregada. A partir daí surgiu a ideia de criarmos uma cooperativa”, explica David Almeida Barreto, presidente da Cooperativa Nova Esperança. Ele conta que no início a Nova Esperança reunia, aproximadamente, 30 catadores.
Com o apoio dos parceiros, eles conseguiram montar uma pequena estrutura, mas o espaço que trabalhavam era provisório. “No entanto, continuávamos puxando carroças e enfrentando o preconceito”, diz David.
Diante do crescimento da Nova Esperança, a Prefeitura doou um terreno no Jardim Matarazzo. “Muitos moradores não nos queriam por lá. Confundiam cooperativa com lixão. Aos poucos, mostramos que a reciclagem colaborava com a preservação do meio ambiente, ao mesmo tempo, garantia o sustento de várias famílias”, relembra.
Neste período eles precisam investir no negócio e, assim como a Cooperativa CaminhoCerto, resolveram apostar no Fundo Zona Leste Sustentável. “Participamos do primeiro processo, em 2010, e fomos contemplados com o aporte financeiro e os cursos de capacitação. Investimos o dinheiro em novos equipamentos, melhoramos nossa infraestrutura e começamos um trabalho de conscientização dentro das escolas. A iniciativa também nos tornou conhecidos na região. Muitas pessoas estão nos procurando para fazer doações.”, comenta. Ele acreditava que assim conseguiriam conquistar o respeito da comunidade. “Hoje recebemos várias escolas na Cooperativa e por meio das crianças estamos provando que a reciclagem não é apenas um negócio, mas sim uma grande lição de cidadania. Preservamos o meio ambiente e resgatamos a autoestima de quem vive a margem da sociedade”, concluí.