Eles apostaram numa boa idéia. No entanto, precisavam de aporte financeiro, além de apoio técnico. Sob esta ótica, reconheceram o Fundo Zona Leste Sustentável como uma oportunidade de crescimento.
Criado, exclusivamente, para empreendedores da zona leste, o Fundo tem o objetivo de contribuir para o desenvolvimento local de bairros como Ermelino Matarazzo, Itaim Paulista, Itaquera, São Mateus e São Miguel Paulista. “Queremos incentivar a autonomia e o protagonismo por meio de repasse financeiro, que pode chegar até R$ 25 mil, ao mesmo tempo, com o apoio do Sebrae –SP, Senac São Paulo e Unicsul promovemos a capacitação técnica de micro e pequenos empreendedores”, explica Gabriel Ligabue, consultor técnico do Zona Leste Sustentável.
Até o dia 19 de abril, o Fundo permanecerá com o edital aberto para que novos empreendedores possam se inscrever. Podem participar da seleção cooperativas, MEI - Microempreendedor Individual, microempresas e grupos associativos, formais ou informais. As propostas deverão ser enviadas por meio do site do Fundo — www.zlsustenta.org.bronde é possível acessar o edital completo, as etapas de seleção e os documentos necessários para inscrição.
Conheça a história de cinco microempreendedores que acreditaram no Fundo Zona Leste Sustentável e aos poucos adquiriram autonomia e estão mudando o rumo de seus empreendimentos.
A Chocólatra - Sandra Ferreira, 37 anos, casada, mãe de dois filhos
Passando por São Miguel, descobri um curso grátis para aprender fazer casinhas de pão de mel. Aprendi e fiz uma para uma festa do meu filho na escola. Outras mães viram e passaram a fazer encomendas. A partir daí, comecei a fazer salgados também. O negócio cresceu. Produzia cerca de 3mil unidades de doces e salgados, mas tinha potencial para mais. Foi quando descobri, dentro da subprefeitura de São Miguel, o Fundo Zona Leste Sustentável. Resolvi escrever meu projeto. Tive a sorte de ser contemplada em 2010 e a vida mudou. Com o aporte financeiro, sai da cozinha da minha mãe, aluguei uma casa em São Miguel e comprei equipamentos. Montei uma cozinha industrial. Nascia ai minha mini-fábrica. Ano passado, participei de uma festa na Vila Madalena e consegui atender quase 20 mil pessoas.
Bel's Tapiocas -- Luiz Felipe Laurenço
Minha mãe sempre gostou de cozinhar. Um dia passou pela Penha e comeu uma tapioca. Gostou e resolveu aprender. Na época, morávamos numa casa alugada e a dona da casa era uma potiguar, nascida e criada no Rio Grande do Norte, que ensinou a minha mãe a receita. Como ela estava desempregada, resolveu apostar na fabricação de tapiocas para melhorar a renda. Ela trabalhou na rua por mais de 10 anos e desenvolveu um cardápio com mais de 40 sabores. Eu cresci e comecei a trabalhar com ela. Entre 2008 e 2009, surgiu a oportunidade de trabalharmos dentro de um box Mercado Municipal de São Miguel. Uma amiga que trabalhava na Câmara de Animação Econômica -- Núcleo Subprefeitura São Miguel -- nos ajudou. Em seguida, ficamos sabendo do Fundo Zona Leste Sustentável. Resolvi apostar. Conversei com a minha mãe e escrevi o nosso projeto. Fomos um dos primeiros contemplados em 2010. Além do aporte financeiro, a capacitação e formação técnica que recebi do Sebrae e Unicsul me ajudou a organizar o nosso negócio. Com as noções de gerenciamento que recebi, consegui aumentar nossa capacidade produtiva em quase 100%. Hoje estamos pensando em virar franquia e ampliar ainda mais o nosso negócio.
Costume Popular - Luzinete da Silva
Éramos três educadoras (eu, Daniela e Sônia) da zona leste. Tínhamos um sonho de montar um espaço de cultura que pudesse unir artesanato e gastronomia. No começo, ficávamos em um salão de cabeleireiros. Quando ganhamos o Fundo, investimos em uma cozinha industrial. A orientação do Sebrae também foi fundamental para o desenvolvimento do empreendimento. Focamos o nosso trabalho, aprendemos a fazer parcerias e demos visibilidade ao nosso negócio. O Fundo nos ajudou a formar uma Rede que está fazendo o Costume Popular se transformar num grande negócio.
Je Suis Gastronomia e Eventos - Lucio Roberto Batista da Silva, formado em Gatronomia pela Universidade Cruzeiro do Sul
Em 2006, entrei no curso de Gastronomia da Universidade Cruzeiro do Sul. Logo nos primeiros dias de aula, tive uma palestra com banqueteiros. Fiquei encantado com o trabalho, quando soube que era possível interagir com a área de evento e decidi que apostaria na área. Durante toda a faculdade, meu objetivo era trabalhar com a área de eventos. Depois de formado, trabalhei em um restaurante, ganhei experiência, mas o retorno financeiro era muito pequeno e decidi ter meu próprio negócio. Meu primo era representante, e uma vez dentro de uma empresa perguntaram se ele conhecia alguém que pudesse fazer um coffee break. Ele de imediato disse que sim e entrou em contato comigo. O desafio foi imenso, porque era a primeira vez que eu assumia tamanha responsabilidade: produzir um cardápio de um dia para o outro, sozinho. Consegui, a empresa se tornou minha cliente e comecei a ser indicado para outras empresas.O negócio cresceu. Sem saber o que fazer, estava em casa e a tia da minha esposa comentou com a minha mãe sobre o fundo. Entrei no site e percebi que a minha empresa se encaixava nos critérios de seleção e como tinha o apoio da Universidade Cruzeiro do Sul resolvi apostar. E assim como a comida tem o poder de transformar as situações, o Fundo transformou a minha vida. Aluguei um espaço, montei uma cozinha industrial e introduzi no DNA da minha empresa a palavra crescimento. Hoje, já somos conhecidos na zona leste e estamos começando a receber encomendas de empresas de outros municípios próximos a São Paulo.
Coelho e Morales Contadores & Associados - Ronei Morales
A empresa nasceu em 2009 no centro de São Miguel Paulista. Na época, tínhamos menos de 10 clientes. Em 2010, um amigo que vendia anúncios veio até a contabilidade e nos falou sobre o Fundo Zona Leste Sustentável. Fiquei interessado e resolvi pesquisar. Fiz a inscrição da nossa empresa e tivemos a sorte de sermos contemplados. Com o aporte do Fundo, informatizamos o escritório e dobramos nosso número de funcionários. Antes trabalhávamos com três pessoas, hoje somos seis e já estamos pensando em ampliar nosso número de colaboradores. Além disso, ganhamos visibilidade. Atualmente, temos uma carteira com quase 60 clientes e auxiliamos outros empreendedores do próprio Fundo a legalizarem seus negócios.
Em parceria com a Fundação Tide Setubal, alunos dos campi Anália Franco e São Miguel poderão fazer doações para projetos de empreendedorismo da região